sexta-feira, 11 de abril de 2008

Naufrágio



Serene Sail 2, by Toni Grote

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De madrugada, encharcado pela noite de naufrágio em lembranças, o que mais queria era um gole d'água. Levantou-se, bebeu direto na pia, engasgou-se e morreu solitário em frente ao espelho.

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7 comentários:

* hemisfério norte disse...

Não sei se acho muito correcto eu comentar aqui. :)
Mas gostei muito deste post.
(eu acho q solitariamente eu ando morrendo, mas sem espelho...)
Queria também agradecer o facto de me ter convidado para este blog.
cordiais saudações
a.

Assim que sou disse...

Como alma prolixa que sou, adoro o minimalismo das palavras.
Idéia incrível...texto delicioso.

bjs. Veronica

Camilinha disse...

Eu queria morrer assim... engasgada... falta pouco, entretanto...


beijos daqui...

Jacinta Dantas disse...

Primeiro quero dizer que amei a ideia minimalista. Não é fácil dizer tanto em tão poucas palavras. Então, parabéns a vocês.
Nesse, sinto em cada palavra que o naufrágio, tendo como marca o espelho, é expressão do que vivemos. Naufragamos e ressurgimos, sempre.
Um abraço
Jacinta

~pi disse...

poucas palavras a dizer...tudo**

Oliver Pickwick disse...

Nem Virginia Woolf conseguiria ser mais melancólica e sombria.
Um abraço!

Anônimo disse...

Naufragamos,mas sobrevivemos. Não morra diante do espelho.