segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Noches calientes en soledad




Pelas frestas da janela, o luar lhe despe. A brisa não basta para refrescar-lhe o desejo; os sons que vagam na sombra são sussurros lânguidos a eriçar-lhe a pele.

Transmutação



Uns disseram que ela havia morrido afogada. Outros juraram que a viram se transformar numa gaivota.

A verdade é que uma linda ave sobrevoava a ilha desde que Marina sumiu.

sábado, 27 de novembro de 2010

Game Ove'? *

 imagem daqui

VIVA A PAZ! Facção boazinha p'omete não ocupa' o espaço deixado pela facção malvada após inte'venção das fo'ças a'madas.

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*também nos ecos do exílio

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Alívio

Adorava os feriados para sair, tomar sol, comer, beber.
Odiava a volta, os engarrafamentos, a chuva, os acidentes, a tranqueira.

Nessa hora só a certeza de voltar para a rotina o aliviava.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Mundo Cão



“Não era ninguém, só um mendigo”, disseram os três rapazes aos policiais que foram embora, levando 100 reais enquanto o homem ainda ardia.


sábado, 20 de novembro de 2010

Lagarto terrível (II)

 Imagem daqui
 
O humano parecia surpreso em me ver ali.

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*Série em homenagem a Augusto Monterroso (1921-2003),
 que, entre outras coisas, foi precursor dos microcontos atuais.
 Alguns textos dele podem ser lidos aqui.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Preso em si



Suas asas recolhidas não cabiam mais no paletó. Mesmo assim voltava de metrô e voava na imaginação.

domingo, 14 de novembro de 2010

~


a ca sa

à boca da casa inclinada

cantava o penhasco

o silêncio esca

la

va



sábado, 13 de novembro de 2010

lagarto terrível* (I)

imagem daqui

Ao acordar, sentiu falta do dinossauro: e agora?


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*Série em homenagem a Augusto Monterroso (1921-2003),
 que, entre outras coisas, foi precursor dos microcontos atuais.
 Alguns textos dele podem ser
lidos aqui.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Mercadoria


Em dias de frio sua mãe faturava o dobro...


sábado, 6 de novembro de 2010

...contra o vento...


Imagem de divulgação (retirada daqui)



Nem lembrava da última vez em que tinha andado sem chaves nos bolsos.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Se viver verão



Nas noites que prenunciam o verão, em que o vento cansado se recusa a correr, senta-se na varanda procurando estrelas cadentes. Entretem-se entre o silêncio e as lembranças da infância à beira-mar, até que a brisa do passado lhe mande dormir.