terça-feira, 25 de novembro de 2008

sobreviventes



imagem google
.
dobrou-se e agarrou-se à esquina da mesa.
atingiu o estado inconsciente com um soco na cabeça.
só assim a deixavam em paz.
foi a última vez que caiu e a primeira que foi apresentar queixa.

----
para ti, querida amiga - BENVINDA SEJAS
.

11 comentários:

Alberto Oliveira disse...

- A sua namorada acusa-o de você a ter agredido. O que responde a isso?

- Ora. Desta vez juro que não fui eu. Ela só quer protagonismo.

- Mas você acabou de confessar que lhe bate!

- Mas não é todos os dias. E bato conscenciosamente e com método, que não sou nenhum selvagem...

- Ah sim?! (e voltando-se para um colega alto e corpulento que estava numa secretária ao lado) Ó Marques! Vai buscar aquele taco de basebol para as ocasiões especiais e avia aqui este cidadão. Com consciência e método.

SV disse...

Além da violência física, que é a mais notória, há outra que fere em silêncio... a violência psicológica, a opressão, a derrocada da auto-estima...

Anônimo disse...

Amei!
E o primeiro comentário está muito bom.
Beijo
Zilly

*Raíssa disse...

Para tudo há uma primeira vez, não é?

Anônimo disse...

HOJE RECEBI FLORES

"Hoje recebi flores!...
Não é o meu aniversário ou nenhum
outro dia especial; tivemos a nossa primeira
discussão ontem à noite e ele me disse muitas
coisas cruéis que me ofenderam de verdade.
Mas sei que está arrependido e não as disse
a sério, porque ele me enviou flores hoje.
E não é o nosso aniversário ou
nenhum outro dia especial.


Ontem ele atirou-me contra a parede e
começou a asfixiar-me. Parecia um pesadelo,
mas dos pesadelos acordamos e sabemos
que não são reais. Hoje acordei cheia de dores e
com golpes em todos lados.
Mas eu sei que ele está arrependido, porque me
enviou flores hoje. E não é Dia dos Namorados
ou nenhum outro dia especial.


Ontem à noite bateu-me e ameaçou matar-me.
Nem a maquilhagem ou as mangas compridas
poderiam ocultar os cortes e golpes que me
ocasionou desta vez. Não pude ir ao emprego
hoje porque não queria que percebessem.
Mas eu sei que está arrependido porque ele
me enviou flores hoje. E não era Dia das Mães
ou nenhum outro dia especial.


Ontem à noite ele voltou a bater-me,
mas desta vez foi muito pior. Se conseguir
deixá-lo, o que é vou fazer? Como poderia
eu sozinha manter os meus filhos?
O que acontecerá se faltar o dinheiro?
Tenho tanto medo dele!
Mas dependo tanto dele que tenho medo
de o deixar. Mas eu sei que está arrependido,
porque ele me enviou flores hoje.


Hoje é um dia muito especial:
É o dia do meu funeral.
Ontem finalmente conseguiu matar-me.
Bateu-me até eu morrer.


Se ao menos eu tivesse tido a coragem e a
força para o deixar... Se tivesse pedido ajuda
profissional... Hoje não teria recebido flores!

Anônimo disse...

parabens pelo miniconto, bastam poucas palavras para descrever grandes desgraças.

*jinhos

Anônimo disse...

Cair,não precisa ser por causa do soco,palavras derrubam e ferem tanto ou mais.E a alma cicatriza mal.Nas esquinas da vida eu vi e senti a dor do feminino massacrado e berrei aos sete ventos pq o silêncio é comparsa do malfeitor.
Bjssss enormes,querida flor.

Sabrina Sanfelice disse...

Triste e real. Nada mais, além de indignação.

Oliver Pickwick disse...

É nessa hora que acho o Hamurábi natural. "Olho por olho, dente por dente". Sábia Babilônia.
Um beijo!

Anônimo disse...

Tristes realidades.

Anônimo disse...

Tristes realidades.